NÃO MAIS QUE UM DE REPENTE


Objeto pulsante de color ardente que, entre olhares distantes, embebeda-se em fluidos entorpecentes.
Erram dedos e frases à procura de libertos cachos. Morenos fios entremeados às mãos que anteviam atos.
E num rolar de fotos, nomes, blefes e maus tratos, desvela-se o convite mudo de um sorriso congelado.
Chama ou não chama, cutuca ou não cutuca, chega ou não? Um não sempre machuca.
Mas quem não chora não mama, e quem tem boca vai à Roma. Pois bocas entontecem olhos que, de vez em quando verdes, não resistem aos seus vermelhos.
E não mais que um de repente foi o tempo necessário para satisfazer as mãos em cachos; para misturar sabores nos lábios; para despir vagarosamente; para o banhar de estranhos corpos sob águas quentes.


 Caesar S.Pierini - 12/04/14

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