PEFIRO O PREÇO DE SER PASSIONAL

Ai, ânsia visceral que me consome e alimenta.
Seria, a vida, mais sublime e teria o mesmo sabor,
sem a intensidade em que vivo?
A superficialidade se apresenta, a mim,
tão monótona.
Prefiro o preço de ser passional.
Na veemência de suas delícias e escandalosas dores.
Nunca pertenci a bandos e nem me instiga tal vínculo.
Gosto de gente; de perto, a fundo e intimamente.
Não me interessa toda a gente.
Admiro os geniosos, os temperamentais,
os viscerais e contestantes.
Gente morna não me apetece, gosto das opiniões e
das divergências.
Despoticamente calmo, guardo para quem mereça minha impetuosidade, petulância e insolência.
E, na mesma proporção, o afeto, zelo e admiração.
Respeito todos, de longe.
Sempre me intitularam “melhor amigo”; gosto,
pela intimidade e não por exclusividade.
Exclusividade, só a do sexo, enquanto for possível.
Minha altura é estratégica, sou da miniatura da humildade, se tenho apreço;
E monstruosamente grande, quando deprecio ou invadem-me.
Mas, indiscutivelmente, educado.
Aceito a limitação alheia, porém, não a burrice.
Abomino o hipócrita, o falso-modesto e a distorção da autocrítica.
Gente em “busca da elevação espiritual” deveria permanecer calada.
E gente que cala deveria falar, mesmo que doa.




Caesar Pierini

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