...QUE SEJA EU E NÃO, AO MESMO TEMPO.


...QUE SEJA EU E NÃO, AO MESMO TEMPO.

Não, eu não estou louco!
Apenas dou vazão à torrencial forma da abstração,
Viva e em ebulição, sob a superfície do meu tórax.
Trago no peito um desejo intenso
De ver, pelos olhos meus, o corpo que me pertence
No seu-meu momento mais íntimo de prazer.
Eu, de mim para outrem, que seja eu e não, ao mesmo tempo.
Descobrindo que sabores possuo quando minha pele é espoliada,
Em quais recôncavos se escondem minhas delícias.
E quão cálidas, pulsam minhas saliências.
Quero sentir com que força jorram meus fluidos
E com que rapidez os pelos se eriçam, ao toque dos dedos meus;
Conhecer o calor da minha língua sobre toda sinuosa ou estreita curva
E a fome com a qual, minha boca, sugaria a fina pele que cinge os pescoços.
Quero saber quantos graus meus olhos se elevam nos últimos tremores
E o cheiro que meus poros exalam, após o derradeiro suspiro.


Caesar Pierini

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