O olho maior que a barriga.



O olho maior que a barriga.

Ok, eu menti!
Que a Drika me perdoe, mas seu entusiasmo e boa vontade foram os culposos agentes de minha falta.
Menti, mas não por maldade, por carinho.
Eu achei horrível o tal lamem japonês.
Aquilo era a personificação de um paradoxo e irei justificar.
Esperei, por uma hora, na porta de uma casa de comidas orientais em que, segundo a opinião de Drika Matheus, eram preparados os melhores lamens (macarrão oriental) da cidade.
Ao entrar, fomos atendidos por pessoas pouco humoradas que nos conduziram até um balcão...

Eu entendo a falta de humor neste caso. As pessoas eram japonesas e estavam trabalhando no Brasil em um horário em que no Japão elas já estariam acordando, mas por estarem no Brasil ainda nem tinham ido dormir. Uma constatação com-fusa de horários. Entendem?!

... já no balcão, fomos recomendados a experimentar uma deliciosa iguaria nipônica. Um lamem especial, acompanhado por guiozas que posteriormente descobri serem suínas.
Porcos à parte, a guioza estava ótima.
Por um real de acréscimo, a iguaria passava de normal para “big”. (E eu digo “big”, pois não sei escrever grande em japonês.)
E acreditem, era “big” mesmo!
Imaginem um urinol clássico-medieval em porcelana pintada. Uma espécie de sopa com vegetais, carnes e muito caldo.
Explorei a sopa, com toda a particularidade que dois palitos podem oferecer, e encontrei uma porção de miojo – lamem – no fundo daquele penico. Eu olhei o caldo, o espaguete sem fim e os meus dois palitos. (Gente, palitos!)
Sem hesitar pedi que me dessem uma colher e um garfo.
Aí o paradoxo: Uma sopa cuja colher não pega o macarrão e o garfo não admite o caldo, servida com apenas dois palitos de madeira. E o pior, o meu era “big”.
Isso me fez lembrar que no Japão o horário de almoço é de apenas quinze minutos.
Um indivíduo que trabalhou quinze horas por dia, sete dias por semana, tem apenas quinze minutos para ingerir um balde de sopa escaldante, com um gosto bem peculiar, usando palitos.
O que estão fazendo a ONU, a WWF, o Greenpeace ou o Buda que não notaram isso?
Japoneses, abram seus olhos!

Caesar Pierini.

3 comentários:

Adriana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Adriana disse...

ahahahahaha.. ok, eu te li. e as vezes esqueço que o paladar é realmente algo muito peculiar. mas a experiencia foi interessante, mesmo que nunca mais se repita. rs

ps.: estomago universal é para poucos.
um beijo

thami,diego e melissa disse...

amei seu texto e realmente e dificil aprender a comer com rashi,so se aprende rapido quando e necessario meu caso kkkkkkk.grande em nihongo e oki.e a comida japonesa e bem diferente da nossa,no meu caso eu aprendi a aprecia-la e o almoço sao 45 min. e q japones prefere fumar a comer por isso comem rapido.mas adorei viu...beijos lindo

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