VOU-ME EMBORA PRA BAREQUEÇABA


Vou-me embora pra Barequeçaba.
(Caesar Pierini)

Hoje estou livre!
Livre das correntes que me prendiam o corpo
Dos trapos que me vendavam os olhos
Das mãos que me tampavam a boca.
Sinto o vento a me bater de frente
Os cabelos bagunçarem.
Vejo as pessoas me olharem,
Os semáforos abrirem,
As moças dos caixas me sorrirem
E os trens, enfim, partirem.
Onde estavam todos?
Em que escuridões se embrenharam os meus olhos?
Não quero saber!
Quero viver, e sentir e correr.
Correr como um louco, desvairando, entre os prédios, entre os carros.
Quero mudar de casa, construir uma casa.
Quero não ter casa, casos, lances e enlaces.
Farei da vida um acaso.
Caso mude de idéia, mudarei, por acaso.
Caso eu case, casarei por um acaso,
E só por isso, eu caso!
E só por isso escreverei,
Por isso cantarei,
E, meu pranto, derramarei.
Vou cortar meus cabelos,
Arrumar minha cama,
Perfumar meus travesseiros
E regar minhas plantas.
Vou-me embora pra Barequeçaba,
Pois Pasárgada não existe.
Seu Manolo me perdoe,
Mas Bandeiras, lá, são chistes.

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1 comentários:

TAYNARA R. BOUZAN disse...

eu vou me embora pra lua

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